SOBRE NÓS
Baciada das Mulheres do Juquery
A Baciada das Mulheres do Juquery é um coletivo cultural feminista, formado por artistas do cinema, teatro e produção cultural, que nasceu em agosto de 2015, como espaço para o estudo e discussão feminista, e encontrou no artivismo sua forma de dialogar com a comunidade. Durante os oito anos de existência, a Baciada idealizou e organizou eventos artístico-culturais, que incluíram discussões sobre pautas feministas, saraus, cine-debates, colagem de lambe-lambe e outras ações abertas à comunidade de Franco da Rocha e região da Bacia do Juquery, região que deu origem ao nome do coletivo.
O coletivo realiza desde 2016 a Mostra de Cinema da Mulher, evento que exibe e discute produções cinematográficas brasileiras dirigidas por mulheres; e paralelamente promove oficinas de iniciação ao cinema, tendo produzido também dois curtas-metragens e uma vídeo-performance.
A Baciada das Mulheres do Juquery tem a intenção de fortalecer a arte e cultura da região de Franco da Rocha, dar visibilidade para as produções femininas, promover debates, valorizar a cultura periférica, e difundir o cinema, através de oficinas, mostras, e produções audiovisuais próprias.
Em 2023 o coletivo produziu seu primeiro espetáculo teatral, chamado “Eu, a gorda”, com Mari Moura em cena, e direção de Meire Ramos.
Em 2021 o coletivo realizou uma oficina de cinema com produção do curta-metragem “Nós não somos só isso”, filme documental que foi construído com mulheres em situação de encarceramento, na VI edição da Mostra de Cinema da Mulher.
Em 2020 realizou oficina com produção de curta-metragem, intitulado “Flor de Mandacaru”, com alunas do EJA.
Em 2020 também produziu a vídeo-performance “Auroras: mulheres que criam”, dentro da programação do festival Soy Loco Por Ti Juquery.
TRAJETÓRIA
Evento Mostra de Cinema da Mulher
A principal ação idealizada e realizada pela Baciada é a Mostra de Cinema da Mulher, evento que acontece desde 2016 na cidade de Franco da Rocha/SP, e é um importante espaço para dar visibilidade às produções cinematográficas independentes de mulheres brasileiras. Além dessa visibilidade, a característica mais marcante desta mostra é debater os filmes com temáticas feministas, utilizando as produções audiovisuais para trazer à tona importantes questões sobre como a vida das mulheres é afetada pelo machismo e como podemos mudar este cenário através da arte.
A cada ano, a Mostra também tem se tornado importante para a introdução de novas profissionais na área cinematográfica, através de oficinas gratuitas.
A primeira edição da Mostra aconteceu em fevereiro de 2016, com exibição de cinco filmes, escolhidos pela organização da Mostra, sendo três curtas e dois longas-metragens. O primeiro dia foi uma exibição ao ar livre com arquibancadas para a plateia. Os outros dois dias aconteceram na atual Casa de Cultura Marielle Franco, sempre com bate papo realizado após as exibições.
A segunda edição aconteceu em fevereiro de 2017, na Biblioteca Caio Gracco, em Franco da Rocha. Nesta edição, já com edital de chamamento, a programação contou com curadoria e com exibição de nove curtas-metragens, três por dia, seguidos de debates. E também com a performance “Uma carta para ela” e oficina de descolonização corporal, com o grupo “As Convictas”, de Ribeirão Preto. A partir de então, todas as edições seguintes passaram a contar com abertura de edital de chamamento e equipe de curadoria dos filmes recebidos. Em 2016 e 2017, a Prefeitura Municipal de Franco da Rocha, através da Secretaria de Cultura da cidade apoiou o evento com estrutura física, alimentação e equipamentos para as exibições dos filmes.
A terceira edição aconteceu em abril de 2018, no Centro Cultural Newton Gomes de Sá, com microfone aberto em formato de sarau, e teve exibição de nove curtas-metragens e a oficina “Captura audiovisual de guerrilha”, facilitada por Fernanda Schenferd.
A quarta edição foi realizada em março de 2019, na Casa de Cultura Marielle Franco, com três dias de evento, exibição de quatro curtas ao ar livre no primeiro dia e seis curtas exibidos nos demais dias dentro do equipamento cultural.
E nestas terceira e quarta edições, a Prefeitura Municipal de Franco da Rocha, através da Secretaria de Cultura da cidade apoiou financeiramente a equipe, ofereceu ajuda de custo para as produções selecionadas e forneceu estrutura física e equipamentos para a exibição dos filmes.
A quinta edição aconteceu com financiamento aprovado através do edital de apoio à cultura, do Fundo Municipal de Cultura de Franco da Rocha, que garantiu o pagamento da equipe e filmes selecionados, mas devido a pandemia, esta edição aconteceu em formato online, em agosto de 2020. Os filmes selecionados ficaram disponíveis durante as 24h do dia em que seriam discutidos. Nos três dias de exibição, às 19h, foram realizadas transmissões de live através do canal do YouTube. Dos 11 filmes exibidos, seis ficaram disponíveis posteriormente durante uma semana através de uma mostra estendida. Nesta edição, o coletivo produziu seu primeiro minidocumentário “Flor de Mandacaru”, resultado da oficina de cinema para mulheres estudantes do EJA, da escola Adamastor Batista, em Franco da Rocha.
A sexta edição aconteceu em 2021, com financiamento do PROAC Editais, do Governo do Estado de São Paulo. Devido ao contexto pandêmico, o projeto que era, a princípio, presencial, foi readequado para acontecer com exibições de curtas metragens projetados em três bairros afastados do centro da cidade de Franco da Rocha, em prédios e casas, para que as pessoas conseguissem assistir os filmes de suas casas. Além dessas atividades descentralizadas, o evento também aconteceu durante quatro dias no formato online, seguindo a proposta realizada em 2020, com curtas que ficaram disponíveis por 24h e debates transmitidos online, através do canal do YouTube para o público acompanhar debates e reflexões sobre as produções.
Nesta edição, como contrapartida, foi feita oficina de cinema no CDP Feminino de Franco da Rocha, com a participação de reeducandas, que ao longo de 4 dias, tiveram noções básicas de roteiro, gravação e puderam escolher a temática do curta que produziram juntamente com o coletivo. Dessa oficina foi feito o curta “Nós não somos só isso”, que fala da vida das mulheres que estão sob cárcere.
Em 2022 foi realizada uma edição especial da Mostra, a Mostra de Cinema da Mulher LBT, com apoio do ProAC Municípios da cidade de Mairiporã, também localizada na Bacia do Juquery. Nesta edição, a equipe propôs uma mostra de filmes dirigidos por mulheres LBT’s (lésbicas, bissexuais, travestis e transgêneras).
Ainda em 2022, foi relizada a exibição de dois filmes que já fizeram parte da programação da Mostra de Cinema da Mulher, num evento especial, em comemoração aos 7 anos da Mostra, na programação do Festival de Inverno de Franco da Rocha.
Na 8ª edição a Mostra de Cinema da Mulher foi contemplada pelo ProAC editais, do Governo do Estado de São Paulo, e realizou neste projeto quatro oficinas, sendo: Oficina de Roteiro para mulheres em situação de encarceramento, Oficina de introdução ao cinema para alunas do ensino médio da Escola Estadual Profº José Parada, Oficina de Direção Cinematográfica e um workshop de história do cinema pela perspectiva feminina. Também realizou exibição de quatro dias de eventos, com 12 filmes, sendo um dia no Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha, e três dias na Casa de Cultura Marielle Franco.
Durante as edições realizadas da Mostra, o evento recebeu inscrições de trabalhos produzidos por mulheres de todas as regiões do Brasil e também de países como Colômbia, Cuba, Senegal, Alemanha e Grécia. As produções inscritas, em sua maioria, são de curtas do gênero drama e documentário.
E durante a trajetória da Mostra de Cinema da Mulher também propomos realizar exibições, ao menos em um dos dias, em áreas abertas ou espaços descentralizados, como escolas ou penitenciárias, aproximando ao máximo o público da ação, tornando o evento cada vez mais acessível e democrático, como entendemos que o cinema deva ser. Outra característica importante deste evento é a preocupação nos recortes sociais das mulheres que são convidadas para debaterem os filmes, sempre priorizamos as mulheres negras, travestis e transgêneras, mulheres periféricas e fora dos padrões.
9ª Mostra de Cinema da Mulher
A Mostra de Cinema da Mulher tem como objetivo dar visibilidade e fomentar as produções cinematográficas de mulheres brasileiras, e através delas, debater sobre as realidades femininas e suas interseccionalidades.
A 9ª edição da Mostra de Cinema da Mulher foi contemplada pelo edital 11/2023 para produção de Festivais e Mostras Audiovisuais pela Lei Paulo Gustavo, do Governo do Estado de São Paulo e tem o apoio da Prefeitura de Franco da Rocha.
As ações da 9ª Mostra contam com oficinas de formação em cinema, exibição de filmes do coletivo Baciada das Mulheres do Juquery, cinco dias de exibição de filmes selecionados e gravação de um documentário.
A programação acontecerá entre os meses de novembro de 2024 e fevereiro de 2025, em formato presencial, na cidade de Franco da Rocha/SP, passando pelos espaços da Escola Estadual Vereador Luiz Alexandre dos Santos, no Jd. Bandeirantes; do Circo Escola Edgar Cabide, localizado dentro do Parque Municipal Benedito Bueno de Moraes, no centro da cidade e; do Assentamento Dom Tomás Balduíno, na Serra dos Cristais.
Após a exibição presencial, os filmes ficarão disponíveis online por 10 dias, no canal do YouTube do coletivo Baciada das Mulheres do Juquery, a fim de ampliar o alcance do público.
Idealização e produção: Baciada das Mulheres do Juquery
Apoio: Prefeitura de Franco da Rocha, através da Secretaria Adjunta de Cultura, Escola Estadual Vereador Luiz Alexandre dos Santos e Assentamento Dom Tomás Balduíno
Realização: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura e Economia Criativa e a Lei Paulo Gustavo- LPG.
Idealizadoras e Curadoras
Ana Moraes
Produtora executiva, produtora dos dias do evento e Curadora
Produtora cultural especialista em Gestão de Projetos Culturais e em Culturas de periferia. Faz parte do coletivo Baciada das Mulheres do Juquery e da produção da Mostra de Cinema da Mulher desde o ano de 2017, onde desempenhou também a função de curadoria. Participou da produção dos projetos “Breshow”, “Mulheres e Saberes”, “Egbè Alagbará”, “Ocupação DeNegrada” e “Lançamento do livro Inovação Ancestral de Mulheres Negras, táticas do cotidiano” e eventos que fizeram parte do calendário do Mês da consciência negra na cidade de Franco da Rocha. Multiartista, é idealizadora e contadora de histórias no projeto “Encontro às escuras-contos e cantos ancestrais”, contemplado pelos editais da Lei Aldir Blanc e da Lei Paulo Gustavo.
Luciene Pereira
Assessoria de imprensa, Curadora e Produtora dos dias de evento
Graduanda de Psicologia pela Universidade Cruzeiro do Sul, Promotora Legal Popular da 2ª turma PLP Juquery 2023. É co-fundadora do coletivo Baciada das Mulheres do Juquery e atua na idealização da Mostra de Cinema da Mulher em Franco da Rocha desde a sua primeira edição. É integrante do coletivo de mulheres Negras Aya Cultural desde 2022, foi assessora de imprensa no projeto “Encontro às escuras- contos e contos ancestrais” em 2021, realizou a divulgação física do projeto “Mulheres e Saberes” em 2019, participou da produção da I e II Virada Feminista Independente de Jundiaí e região em 2017 e 2018.
Mari Moura
Curadora, Oficineira de cinema, videomaker e designer gráfico
Cientista social, cineasta, fotógrafa e produtora cultural. Atua com arte em Franco da Rocha desde 2004. Idealizadora, produtora, designer e educadora do projeto ENCORPADAS – Grandes, largos, políticos: corpos gordos e Sarau Encorpades. É co-fundadora da Baciada das Mulheres do Juquery, trabalha como designer gráfico, oficinas de cinema, captação e edição de vídeo no coletivo. Produziu e editou o documentário coletivo “Nós não somos só isso”, na 6ª Mostra de Cinema de Mulher. Foi facilitadora do 1º Workshop de Cinema para mulheres estudantes do EJA em 2020 pela V Mostra de Cinema da Mulher, que resultou no curta-metragem “Flor de Mandacaru”, com direção coletiva. É atriz e produtora do espetáculo “Eu, a Gorda.”, também produzido pela Baciada das Mulheres do Juquery.
Meire Ramos
Produção Executiva, Curadora e Fotógrafa
Atua na área cultural há 19 anos, é atriz, formada pelo curso técnico em arte dramática do SENAC – SP, é produtora cultural há 13 anos, e fotógrafa, há 06, graduada pelo curso Tecnólogo em Fotografia da Universidade Paulista (UNIP), em 2019. Sua atuação na região de Franco da Rocha/SP, também é de militância, unindo a arte às pautas feministas. É cofundadora do coletivo feminista Baciada das mulheres do Juquery, onde atua como produtora da Mostra de Cinema da Mulher, desde 2016, tendo sido também curadora entre os anos de 2017 e 2020.
Foi produtora assistente do projeto “Um palhaço nas águas do Juquery”, de circulação de teatro, pelo ProAC, em 2023.
Foi produtora e fotógrafa do projeto “Mulheres e Saberes”, contemplado no edital de fomento à cultura de Franco da Rocha, através do ProAC municípios, de 2019, e do projeto de desdobramento “Mulheres, histórias e Saberes”, contemplado no edital de projetos da Lei Aldir Blanc de Franco da Rocha, em 2020. Atuou no escritório de produção da Associação Cultural CONPOEMA entre os anos de 2012 e 2017 e, foi curadora de teatro na 1° Virada Feminista de Jundiaí, em 2017.